
No remoto nordeste de Portugal, cortado desde a costa por uma cadeia de montanhas, Trás-os-Montes é selvagem. Está situado na parte mais elevada do país, com solo pobre em nutrientes, caracterizado pelo granito e xisto. O clima extremo continental com altitudes que variam de 350 a 700 metros, com clima seco nos verões e temperaturas que muitas vezes descem abaixo de zero nos invernos.
Independentemente da forma como você se aproxima de Trás-os-Montes, haverá montanhas a serem atravessadas.
Na verdade, Trás-os-Montes significa “além das montanhas”. E uma vez que ultrapasse essas barreiras (hoje em dia muito fáceis devido às novas e modernas estradas e auto-estradas), encontra uma das mais belas regiões de Portugal.
O cenário muda constantemente, às vezes charneca, outras floresta de pinheiros, por vezes vales verdejantes ou colinas antigas, deslumbrando um mosaico multicolorido propiciados por bosques verde-cinzas de oliveiras, verdes brilhantes das videiras e por fim árvores frutíferas e amendoeiras, irrigadas por pequenos ribeirões.
Os aclives e declives variam constantemente, mas predominam terras com temperaturas mais baixas onde majoritariamente encontramos os vinhedos centenários. O clima é mais frio no norte e extremamente quente ao sul nos meses de verão que sucedem as neves do inverno, e muitas vezes, com geadas fora de época.
Os Vinhos tintos produzidos em pontos mais quentes podem ser robustos, mas há também brancos, secos e aromáticos e espumantes de grande qualidade, numa infinidade de estilos influenciados pelos diferentes micro-climas gerados pelas diferentes variações de altitude, precipitação, temperatura e solo.
Sub-regiões
Por toda essa região nordeste produzem-se Vinho Regional Transmontano, havendo aqui também, três demarcações DOC da região Trás-os-Montes (Denominações de Origem Oficiais):
Planalto Mirandês – em um nível elevado, esse remoto planalto ao leste, é onde o rio Douro flui para baixo ao longo da fronteira com a Espanha, antes de entrar na região do Douro, ao sul.
Valpaços – no centro da região, é um platô montanhoso atravessado por muitos córregos e rios, incluindo o rio Tua, que cruza a região a caminho do Douro.
Chaves – Na fronteira com Espanha para o norte, onde as vinhas estão dispostas nas ladeiras de pequenos vales, correndo em direção ao principal vale do rio Tâmega, famoso por suas águas termais, spas (alguns recentemente e grandiosamente reformados), e as fontes de algumas águas minerais mais famosas de Portugal.
Passado e Futuro
Somente há alguns poucos anos, um pequeno grupo de produtores privados estão engarrafando seus próprios vinhos na região.
Muitos pequenos agricultores ainda entregam suas uvas para cooperativas, e muitas vinhas antigas foram replantadas, seguindo o plano de modernização financiado pela Comunidade Européia a Portugal.
Esse apoio tem diminuído recentemente, e o processo de replantação das vinhas também, atrasando de forma significativa esse projeto de reestruturação. Mas tem continuidade pelo empenho individual dos produtores, e que a seu tempo trará maior qualidade e consciência de produção a região, definitivamente.
No extremo Nordeste de Portugal, a norte da região do Douro, existe a região vitivinícola de Trás-os-Montes que se divide em três sub-regiões: Chaves, Valpaços e Planalto Mirandês.
O nome Trás-os-Montes refere-se à localização da região: situa-se para lá das serras do Marão e Alvão, a norte do rio Douro. É uma zona montanhosa e de solos essencialmente graníticos.
O clima é seco e muito quente no Verão e no Inverno, pelo contrário, as temperaturas atingem muitas vezes valores negativos.
Na sub-região de Chaves a vinha é plantada nas encostas de pequenos vales, onde correm os afluentes do rio Tâmega. A sub-região de Valpaços é rica em recursos hídricos e situa-se numa zona de planalto. No Planalto Mirandês é o rio Douro que influencia a viticultura.
As castas plantadas são praticamente comuns nas três sub-regiões. As castas tintas mais plantadas são a Trincadeira, Bastardo, Marufo, Tinta Roriz, Touriga Nacional e Touriga Franca. As castas brancas de maior expressão na região são a Síria, Fernão Pires, Gouveio, Malvasia Fina, Rabigato e Viosinho.
Os vinhos tintos desta região são geralmente frutados e levemente adstringentes. Os vinhos brancos são suaves e com aroma floral.
Principais uvas brancas:
- Côdega de Larinho, Fernão Pires, Gouveio, Malvasia Fina, Rabigato, Síria e Viosinho.
Principais uvas tintas:
- Bastardo; Marufo, Tinta Roriz, Touriga Franca, Touriga Nacional e Trincadeira
Vinho Verde | Trás-os-Montes | Porto e Douro | Bairrada | Dão | Beira Interior, Távora-Varosa e Lafões | Lisboa | Tejo | Península de Setúbal | Alentejo | Algarve | Açores | Madeira